Vida de Naganette II…

Um dos meus sonhos de vida foi realizado ontem quando vi o Philip Glass tocar. :)

Que eu me lembre, a primeira vez que prestei atenção na música do Philip Glass foi ao ver a trilogia Qatsi (recomendo muitíssimo aos que nunca viram, by the way!), e resolvi conhecer mais… Confesso que algumas obras dele não me são tão palatáveis assim – eu não sou tão conhecedora de música para entender as progressões sutis da música minimalista e, no fim, a repetição me dá gastura e acabo cansando. Mas, mesmo não entendendo direito a obra, tenho Philip Glass na minha lista de compositores geniais ainda vivos, logo, imprescindível ver ao vivo.

A OSM tocou o ‘Concerto Fantasy for Two Timpanists and Orchestra’ e eu fiquei maravilhada. Primeiro concerto para tímpanos que ouvi na vida, e fiquei me perguntando qual o motivo de não existir mais concertos desse tipo. Depois de algumas obras contemporâneas de outros compositores (que eu já tinha visto na quarta-feira, diga-se de passagem*), Phillip Glass tocou ‘Mad Rush’. E foi tão lindo que os zóinhos encheram d’água.

E como a OSM é o meu xodó,  não poderia deixar de dizer que o concerto de ontem vai estar disponível na íntegra e de graça na medici.tv pelos próximos 3 meses. Vou deixar também o link com a Orquestra da BBC tocando o ‘Concerto Fantasy for Two Timpanists and Orchestra’ (audio e vídeo bem ruinzinhos).

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* o tipo de coisa que me faz pensar que estou passando tempo demais na Maison Symphonique – mas a verdade é que não existe passar tempo demais curtindo arte.

Vida de Naganette…

Por estarmos sempre na Maison Symphonique e sermos tietes assumidérrimas do Maestro Nagano, uma amiga e eu nos auto-intitulamos ‘Naganettes’.  Tenho CD autografado, já tirei foto com ele, e se eu souber de novas sessões de bate-papo/foto/autógrafo com o Maestro Nagano, vou novamente (e a amiga vai também, certeza). :) Das coisas que a tietagem faz com a gente.

Dito isso, tenho um orgulho imenso da Orquestra de Montréal. Acho lindo que eles façam uma virada de música clássica, que ofereçam concertos especiais pra crianças, concertos gratuitos  (no ano passado teve Carmina Burana no Parc Olympique e uma série de apresentações comemorando a inauguração do órgão Pierre Beique), entre outras ações que tornam a música clássica mais acessível.

Entre essas ações que me fazem ser mais fã, está a parceria da OSM com o meu museu do coração (o MBAM). Não contando a série de concertos com músicos da OSM às sextas no museu, a OSM também faz apresentações temáticas complementando as exposições temporárias do Beaux-Arts (já comentei aqui ter visto as ‘Quatro Estações’ de Vivaldi anos atrás). Com a exposição sobre o Orientalismo, veio o concerto ‘L’Orient Imaginaire’ e ele foi lindo! Sou sempre suspeita para falar, mas a impressão que tive foi de que o coletivo que estava na sala de concerto ontem teve que recuperar o fôlego quando a orquestra terminou o último acorde da ‘Bacchanale’ de ‘Sansão e Dalila’ do Saint-Saëns. Já vi a OSM sendo regida por outros maestros, mas algo especial acontece quando o Maestro Nagano está ali na frente. A orquestra cresce.

E por falar em Saint-Saëns, estava começando a ficar curiosa do porquê da grande quantidade de composições dele sendo tocadas ultimamente (tipow, em praticamente TODOS os concertos que eu fui), e encontrei a explicação no programa de ontem (como não amar essa sintonia de pensamento!? :P). Esse ano marca o 150º aniversário de seu nascimento e a OSM está fazendo uma singela homenagem apresentando nove composições dele. E eu aproveito, já que adoro o Saint-Saëns. E como sou nerdinha e Naganette e gosto de um ‘check in the box’ √ e não tenho mais o que fazer, resolvi contar quantas dessas nove composições eu pude ver durante a temporada:

Symphony # 3 (na inauguração do Grand Orgue – parênteses para dizer ‘Ai que emoção poder ter ido na inauguração!!’)

Le carnaval des animaux (na programação gratuita da inauguração do órgão, e vou novamente levando o sobrinho do coração na virada clássica desse ano, $10 o ingresso das crianças e $15 o ingresso dos adultos. Coisa linda! )

Piano Concerto # 2 (na homenagem ao Strauss)

Piano Concerto # 5 (L’Orient Imaginaire)

Violin Concertos (três)

Piano Quartet Op. 41

√ ‘Bacchanale’ de Samson et Dalila (L’Orient Imaginaire)

Not bad! Especialmente ao levar em conta que não foi intencional.

E pra terminar, deixo a ‘Bacchanale’ do Saint-Saëns, que me deixou de boca aberta ontem. A Orquestra de Pittisburgh que me perdoe, mas a OSM interpretou melhor. ;)

Mais um da série ‘a gente quer bebida, diversão e arte’.

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Música para o inverno montréalais…

Hey peeps!

Enquanto escrevo este post, o termômetro marca agradáveis -8˚C . No entanto, fomos dormir ontem e acordamos hoje com temperaturas sentidas perto dos -40˚C – delícia!! Comecei a escrever o post na quinta, termino hoje, e posso dizer que a semana foi uma degustação especial para os primos de todas as variações possíveis de clima do inverno québécois. E entre ouvintes no rádio pendido músicas invernais e amigos comentando quais músicas tem tudo a ver com o frio extremo – também considerando que curto fazer listinhas de música –  resolvi fazer… pausa para o efeito dramático… uma listinha de músicas!! Há! Músicas que tem tudo a ver com frentes frias, vortex polar, neve, verglas, chocolate quente e sopinha!

Bora lá…

Mon pays – Gilles Vigneault – HORS CONCOURS

Como competir com todo esse drama!? Impossível. Naquele momento em que o vento polar bate e os ossos do rosto doem ou quando a cidade se pinta de preto e branco por conta da neve, não dá para não pensar ‘mon pays… c’est l’hiver’.

Mon refrain ce n’est pas un refrain, c’est rafale. Ma maison ce n’est pas ma maison, c’est froidure. Mon pays ce n’est pas un pays, c’est l’hiver.

Montréal – Raine Maida

A ideia desse post começou quando um ouvinte pediu essa música no rádio, dizendo que era bem apropriada para um dia como o de ontem. Hehe. Concordo. Cantar ‘feels like the cold winds of Montréal’ pode ser catártico.

Montréal -40˚C – Malajube

Embalou o processo de imigração e quando eu parava para prestar atenção na letra da música sempre dava aquele friozinho na barriga de medo de estar tomando a decisão errada… Ainda bem que eu ignorei esse friozinho e resolvi enfrentar o friozão!

Les peaux des lièvres – Tricot Machine

Das músicas e dos clipes que mais definem o inverno em Montréal. Das bandas que mais definem o inverno de Montréal para mim…

C’est l’hiver, mon oignon – Tricot Machine

Link para a música na íntegra.

Pas fait en chocolat – Tricot Machine

Quando disse que Tricot Machine é uma das bandas que mais definem o inverno para mim, não estava mentindo. :P

Tant qu’on aura de l’amour – Cowboys Fringants

Também embalou meu processo de imigração… Quando dava aquele frio na barriga, apertava o play nesse clipe e mentalizava ‘pessoas são felizes no frio e neve, pessoas são felizes no frio e neve’. E hoje sei que dá pra ser feliz no frio.

A marshmellow world – Dean Martin & Frank Sinatra

A trilha sonora da primeira tempestade de neve… Ano sim, ano também. It’ a whipped cream day…And I wait for it all year round.

Let it go – Idina Menzel (a voz da Elsa)

A mais recente trilha para o inverno. The cold never brothered me anyway.

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10 álbuns que marcaram a minha vida…

Inspirada pela Lídia, resolvi fazer minha listinha também. Afinal, nada mais legal que tentar reduzir uma vida de amor à música em míseros 10 álbuns! hehe

Os álbuns não estão listados na ordem em que mais marcaram…

Björk, ‘Homogenic’. 

É incrivelmente difícil para mim escolher apenas um álbum da Björk (não sei se havia regra para essa lista, mas eu resolvi não repetir artistas). Ela marcou muito minha adolescência e os tempos da faculdade de cinema. Ainda hoje lembro a primeira vez que vi um videoclipe dela e fiquei fascinada. Com a voz, os ritmos, o visual do vídeo. Tanto que quando o clipe passou novamente tive que chamar mamis pra conferir. Mamis não ficou impressionada, mas mamis não ficava impressionada com nada do que eu ouvia naquela época. ;) Entre os 3 primeiros álbuns dela (os meus favoritos, ainda hoje) fico com o Homogenic porque foi o único que eu de fato comprei na época… hehe. Penso que o fato de eu te-lo comprado significou alguma coisa…

The Smashing Pumpkins, ‘Mellon Collie and the Infinite Sadness’

Ouvir esse álbum me dá uma saudade enorme dos amigos da adolescência. Não que nós fossemos obcecados por Smashing Pumpkins, mas pra mim eles definem musicalmente o que meados/fins dos anos 90 foi pra mim. Uma trilha sonora sentimental, por assim dizer. :) Se fica faltando um link para o álbum, deixo um dos meus vídeos favoritos ever… Bandas ganham ainda mais meu coração quando fazem clipes homenageando filmes que eu amo – deixo o link da versão colorida à mão).

Hole, ‘Live Through This’

Sim, eu curtia a banda da Courtney Love. Judge me. Hehe. Mas a verdade é que achava e continuo achando esse álbum fantástico! Poucas bandas dessa época eram formadas majoritariamente por mulheres, e menor ainda era o número de bandas que colocavam questões femininas nas letras das músicas… Hole ganhou meu coração por ser uma banda feminina. Judge me. ;)

Van Morrison, ‘Astral Weeks’

Já falei do meu amor por esse álbum do Van Morrison aqui. Continua entre os álbuns que sempre são ouvidos por aqui. Favoritas da vida: ‘Sweet Thing’ e ‘The Way Young Lovers Do’.

Joni Mitchel, ‘Blue’

Meu gosto musical sempre foi mais hipongo que roqueiro, mas se eu curto muito Bob Dylan,  Joan Baez, Pete Seeger et al,  eu não consigo citar um álbum deles que me marcaram, apenas músicas… Seria culpa do download de música na virada do milênio? (lembro que era difícil baixar álbuns, iria demorar dias com a velocidade da internet naquela época… tu buscava um artista e ia baixando as músicas que te interessavam… hehe)  ‘Blue’ foi a exceção e ainda ouço sempre. E das minhas tradições pessoais, sempre faço questão de ouvir ‘River’ no inverno. Ô musiquinha perfeita pra definir o sentimento de uma estação. E se um dia for forçada a me exilar no Brasil, certeza que todo começo de dezembro sairia cantando ‘I wish I had a riiiiveeeer, I could skaaaaaate awaaaaay oooooonnnn’.

Pixies, ‘Doolittle’

Eu adorava Pixies, ou melhor, algumas músicas deles. Uma amiga me emprestou o CD do Doolittle e disse pra eu não ir direto  pro ‘Here Comes Your Man’ e ouvir a bagaça toda… Foi uma revelação! hehehe E realizei o sonho de vida de ve-los tocando ao vivo no começo desse ano.

Tété, ‘À la faveur de l’automne’

Acho que a tendência, ao se falar em músicas que marcaram, é pensar na adolescência. Talvez a época em que as experiências são mais intensas? Ídolos sejam mais importantes (acho tão engraçado ver os adolescentes que eu conheço fazendo declarações de amor incondicional para cantor X, ator Y). Enfim… Tété não marcou minha adolescência, mas embalou meu processo de imigração no Brasil, e consequentemente embalou minha rotina com mamis e o câncer. Merece estar nessa lista.

Betânia, Caetano, Gal e Gil – ‘Doces Bárbaros’

Ouvi Betânia, Caetano, Gal e Gil desde sempre… (obrigada mamis!) Mas nunca tinha ouvido falar nesse projeto dos quatro até fuçar nos discos de um amigo (aparentemente o samba da Mangueira em homenagem ao grupo não ficou gravado na minha memória). E foi amor à primeira ouvida. E à segunda, e à terceira… o amigo já devia estar de saco cheio pq toda vez que eu ia lá, pedia pra por o vinil dos Doces Bárbaros. E, coincidências lindas da vida, um tempo depois do início da minha obsessão, eles celebraram os 30 (??) anos da formação com uma série de shows gratuitos na Praia de Copacabana (a cada mês um deles se apresentava sozinho, e no final, um show com os quatro reunidos novamente), e eu, obviamente, fui em todos. Hoje não ouço Doces Bárbaros tanto quanto antes, mas esse álbum marcou uma era – faculdade de cinema, Niterói, o apartamento da Natacha, Lia e André.

Ah, o álbum foi seguido de um documentário super legal. Recomendo!

Pearl Jam, ‘Ten’

Ah… Eddie Vedder. Suspiros adolescentes. Suspiros adultos. Sem mais.

The Beatles, ‘The Beatles (White Album)’

Rubber Soul, Revolver e Sgt Pepper podem ser (ok, são) mais revolucionários, ou melhores… mas o ‘White Album’ era (e talvez ainda seja) o meu favorito.

Vixi… já foram os 10 e acabou a lista…

:(

Long time no see…

Aloha peeps!

Faz tempo que não passo por aqui. E as estatísticas do wordpress confirmam: este blog está às moscas. O que não é ruim, afinal, não nasci para ser blogheira, muito menos blogheira de imigração (brasileiros ainda imigram para o Canadá!?). Entre mudança, verão, e uma dor de cabeça que praticamente não me deixa há mais de um mês, vamos dizer que não tive muita vontade de escrever por aqui.

Masss… muito da vida é cíclico, e ensaiarei um retorno ao meu cantinho. Coincidentemente, a vontade de compartilhar coisas aqui aumentou a partir do momento em que a vontade de estar no facebook diminuiu. Talvez essa seja a questão: passava (ou ainda passo, para ser honesta), muito tempo por lá.

Mas falando de coisas cíclicas… No último sábado rolou um show lindo do Arcade Fire no Jean Drapeau. E no fim da noite, voltando pra casa, não consegui não pensar no show que assisti no fim do verão de 2011, meu primeiro verão aqui. E bateu aquele calorzinho no peito. O calorzinho no peito que sempre surge quando cai a primeira tempestade de neve (ou quando o meu tipo favorito de neve cai, mesmo em março… hehe); quando vejo os primeiros brotinhos de folha na primavera; nos dias de verão perfeitos; quando o sobrinho de coração que você ama demais te chama de ‘Tia Ju’.

Amo demais essa cidade, minha gente.

E para terminar vou compartilhar dois videozinhos… ‘Afterlife’, na versão com a letra e montada no filme Orfeu Negro (um dos meus filmes brasileiros favoritos) e ‘I’ll Believe In Anything’ do Wolf Parade (Durante essa turnê, o Arcade Fire tocou um cover de uma banda local em cada show, e em Montréal foi Wolf Parade… tinha esquecido completamente dessa banda, que é boa demais. Ah, a música indie de meados dos anos 2000!).

:)

 

 

Debasers…

Demorou metade da minha vida, mas finalmente vi The Pixies tocar!

Apesar de ter curtido bastante o show,  achei que eles poderiam ter trocado uma meia dúzia de palavras com a platéia… Para mim, quanto mais inimista um show, melhor.

E por falar em música, meu primeiro semestre está recheado de coisas legais! Entre ballets, opera e a OSM, meu calendário está lotado pelos próximos meses!

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Descobertas musicais de 2013…

Montréal é uma cidade que produz música muito da boa. Então, como o clima é de retrospectiva, fica aqui minha listinha de bandas locais que eu descobri neste ano* e curti. Não estão necessariamente em ordem de preferência.

Xavier Cafeïne

The Franklin Electric

Life in Winter

Para ouvir ‘Wood Fire’ acesse aqui.

Half Moon Run

The Damn Truth 

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* Algumas podem nem ser bandas novas, ok? São apenas as que meu ouvido escutou e gostou.

Concerts de Noël no MBAM…

Fica mais uma dica de programa legal e gratuito em Montréal… o Musée des beaux-arts organizou uma série de concertos natalinos, todos os sábados, às 15h. Fui no primeiro e foi bem legal! Um grupo de jazz vocal se apresentou, e eles tinham ótimos arranjos e um repertório bilíngue que me deixou feliz (por ouvir algumas favoritas de sempre e por conhecer algumas músicas natalinas da terrinha).

E por falar em músicas natalinas da terrinha, fiquem com a minha favorita do programa: ‘J’hais l’hiver’ da Dominique Michel.

Curiosamente (ou não), o repertório francófono foi extremamente irônico…

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Vivaldi, Veneza e MBAM…

 

Assistir ‘As quatro estações’ de Vivaldi, por nem $20 marois, numa sala de concertos linda (nunca tinha ido à Salle Bourgie, que faz parte do Musée des Beaux-Arts, antes). Das coisas que Montréal faz para você… <3

Feliz de ter mais um item riscado da listinha de ‘concertos a serem ouvidos antes de eu morrer’.

Ah, e fica a dica da série de concertos inspirados pela nova exibição ‘Splendore a Venezia : art et musique de la Renaissance au Baroque à Venise’, que começa hoje!

Para encerrar, fiquem com a minha estação favorita: o inverno!

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