Hey peeps!
O Rotaroots está com uma proposta de blogagem diária no mês de agosto e, como eu já sei que vou furar se eu aderir (vulgo, já não postei nos dois primeiros dias), estou me propondo passar mais por aqui… como sempre, estou com trocentas ideias de coisas para compartilhar, mas no sábado, ao assistir um filminho québécois muito do bão, percebi que fazia tempo que não falava do cinema canadense (ou québécois) por aqui e achei que seria um bom ponto de partida rumo às postagens frequentes!
Em geral, tenho que confessar que assisto muito pouco do cinema local, ou talvez menos do que eu poderia. Tenho alguns diretores locais favoritos (Xavier Dolan e Denis Villeneuve, por exemplo), e tento assistir os novos filmes deles, mas dificilmente saio a procura de filmes québécois para assistir (‘shame on me!’). E aí que um tempo atrás me deparei com esse post do blog Mulher no Cinema (blog bonzão, by the way) com uma lista de filmes para serem assistidos no festival de cinema québécois que estava acontecendo em São Paulo à época.
O primeiro pensamento foi de ‘shame on me! 2′ porque foi preciso de um blog brasileiro, sobre uma mostra de cinema em São Paulo, para eu sentir o chute no traseiro e querer ver mais filmes do Québec. Depois do chute dado, post compartilhado com os amigos de SP, listinha feita dos filmes que já estão disponíveis na biblioteca, foi dado início a uma mini maratona da nova safra de filmes locais.
E ‘Tu dors Nicole’ (em português ‘Durma, Nicole’) foi uma escolha sazonalmente interessante, afinal, o filme se passa durante uma canicule e acabamos de passar por uma onda de calor nessa semana. E vou dizer que quem assiste consegue sentir a canicule na cinematografia – tudo é devagar… os movimentos de câmera, a composição de cena com espaços enormes, os planos que parecem demorar um pouco mais pra acabar… enfim, eu me identifiquei com a leseira.
E a canicule também se reflete na morosidade da vida de Nicole, uma garota de 22 anos que terminou os estudos, mora com os pais (que estão passando o verão fora de casa) e tem um menial job – não gosto de usar o termo ‘subemprego’ mas é mais ou menos isso. E a morosidade está também na vida dos seus vizinhos, que só aparecem em cena para recolher cocô de cachorro, cuidar do jardim, dirigir em círculos pelo bairro para fazer o filho bebê dormir. Nicole não se identifica com a rotina de sua cidadezinha québécoise, está insatisfeita com sua vida, mas também não sabe muito bem para onde ir.
Não quero ficar contando muito sobre a história, mas ‘Tu dors Nicole’ é um filme que vale a pena ser visto. Acho que ele traduz um pouco o que é a vida numa cidade pequena daqui e essa crise dos 20 (me pergunto se a crise dos 20 passa, acho que vivo em ciclos de crise existencial desde a adolescência. Há!). E pontos extras pela fotografia linda demais.
Ficha técnica:
‘Tu dors Nicole’ (2015)
Direção – Stéphane Lafleur
Roteiro – Valérie Beaugrand-Champagne & Stéphane Lafleur
Cinematografia – Sara Mishara
Elenco – Julianne Cote, Catherine St-Laurent, Francis La Haye, Simon Larouche e Marc-Andre Grondin
:)