Ai, como eu sou bobinha…

Ver a neve caindo lá fora

me anima.

E ver a tontinha da Nina toda feliz com a neve também. A bichinha se empolga tanto que até pede pra correr… E aí saímos nós duas correndo pela neve…

:)

Uma neve é uma neve é uma neve…

Dizem por aí que os esquimós tem várias palavras para definir cada tipo de neve…

Eu também estou criando meu glossário… tem a neve-massa-de-tapioca, tem a neve-açúcar-de-confeiteiro, tem a neve-raspa-de-côco, tem a neve-maizena, tem a neve-raspadinha, tem a neve fractal… E dei o nome de neve-purpurina a essa neve fininha, sequinha, que reluz absurdamente e que o vento* estava carregando hoje…

(clique nas imagens para vê-las maior)

* vento fortíssimo, por sinal… por um momento achei que a cartilagem do meu nariz tinha congelado… hehehe…

:)

Tempête du siècle…

Foi o nome dado à tempestade de 4 de março de 1971, que quebrou o recorde de acumulação de neve em um dia. Foram 43,3 cm.

Hoje, de acordo com o Weatheroffice, já tinham caído entre 40 e 45 cm de neve em Montréal/Laval às 15h da tarde… e MeteoMedia já afirma que hoje o recorde de neve em Montréal foi batido. Foram 45 cm em um único dia.

Da minha parte, eu sobrevivi sem grandes traumas… não tive que trabalhar (e se tivesse, teria tirado um dia de folga, dei uma volta no quarteirão de carro e não teria nervos para pegar estrada). Cavoquei muita neve para conseguir tirar o carro da garagem, e optei por deixa-lo num dos estacionamentos públicos da cidade até o pior desse nevaréu ser removido.

Não sei se comentei, mas a garagem aqui é compartilhada e os inquilinos são responsáveis pelo deneigement. Não dá para colocar abrigo. As ruas da região são bem estreitas, com calçadas também estreitas, e quando os tratores retiram a neve da rua, ela vai parar na porta da tua casa/garagem (mas acho que esse é um problema muito comum, independentemente da rua ser estreita ou não). Mesmo com a ajuda do vizinho agora à noite, eu não dei conta de tirar muita neve sozinha – na verdade eu tirei muuuita neve (1h30 cavando de manhã e 2 horas agora à noite), mas não chegou à metade do que eu devia ter tirado… O coitado fez boa parte do trabalho. A lição que eu tirei no dia de hoje foi a seguinte: comprar uma casa!? Só pagando o deneigement e colocando abrigo – eu definitivamente não tenho talento ou preparação física para limpar recordes de neve de uma garagem – e vou ser honesta, deu saudade dos tempos em que cavar neve não fazia parte da equação do meu dia-a-dia montréalais…

Digo tudo isso, mas não acho ruim não… aos trancos e barrancos sobrevivi… e aprendi um pouco mais do que sou ou não capaz de fazer.

:)

3 semanas depois…

Lembram dessas pedras?

Agora elas estão assim, ó:

E o rio (foto tirada no dia 15/dez)

agora está assim:

Já peço desculpas pela mesmisse… mas estou adorando acompanhar de perto esse processo de congelamento…

:)

St-Pierre…

… é rápido na resposta! Uma tempestade de neve no exato momento em que eu resolvi levar a Nina para um passeio…

Mas ó, St-Pierre, vamos combinar, chuva agora só em abril de 2013, ok?

:)

Neve e chuva…

‘The world is mud-luscious and puddle-wonderful’ – E.E. Cummings

Detesto slush… queria neve da boa pra curtir a vida no frio!

Chuva depois de neve – e por duas vezes numa única semana – é sacanagem, St-Pierre!!

:)

Let it snow…

Eu sou daquelas que não pode ver a neve caindo para catar a Nina, coleira e câmera e sair pra passear…

E num comparativo…

Ontem:

E hoje:

Nina queria atravessar esse gelo. Eu não tive coragem… pelo menos não nesse pedaço aí. Preciso adicionar “andar no gelo ‘like a boss'” à minha listinha de coisas a se fazer no inverno.

:)

Neste inverno eu quero…

… fazer pelo menos uma aula de snowboard.

… patinar em ao menos um rink que não seja o do Vieux Port ou Lac aux castors (nunca patinei no La Fontaine ou Maisonneuve, por exemplo).

… ver Ottawa no inverno.

… esquiar mais do que no ano passado.

… chamar os amigos para um fondue e/ou raclette aqui em casa.

… achar um outro lugar pra tomar um bom choco chaud (acho que enjoei de Juliette et Chocolat)

… fotografar bastante, com filme inclusive.

… conhecer uma cidade nova.

… conhecer um parque nacional novo.

… usar um dia super frio ou uma tempestade de neve ou muito verglass como desculpa para ficar em casa, comendo pipoca e fazendo uma maratona de um seriado que eu não vejo há muito tempo (estou pensando em Gilmore Girls). Pontos extras se for um dia de trabalho.

… passar um fim de semana num chalet longe da civilização e perto da natureza.

Eu queria continuar a lista, mas (a) não vou ter tempo (b) não vou ter dinheiro pra tudo isso! há!

:)

*Fim de ano e início de inverno pede uma retrospectiva invernal das minhas fotenhas no instagram, não? Tem dias que é difícil acreditar que esse já vai ser o terceiro!!

-20˚C…

Ou o dia em que um rio caudaloso começa a congelar…

e em que eu fiquei toda encantanda com esse processo de congelamento.

Ou o primeiro dia do ano em que eu tive que pensar muito bem no que vestir* antes de sair de casa para não interromper o passeio da Nina por conta do frio (vulgo ontem à noite – quando fazia uns -18˚C e eu sai de casa com uma calça de moleton, casaco não tão possante, camiseta e luvas e não aguentei dar a volta no quarteirão – e os quarteirões daqui são pequenos… acho 1/3 do tamanho médio de um quarteirão de Montréal).

Ou o dia que eu confirmo que Ste-Anne-de-Bellevue é bem mais fria que Montréal (já suspeitava desde o verão por conta do vento frio, mas agora afirmo categoricamente que sinto mais frio aqui – não que isso seja um problema).

Ou o dia que eu torço para a previsão do tempo estar errada. Prefiro os -20C aos +7C com 15/20 mm de chuva que estão previstos para amanhã…

Ou o dia em que eu constato que a Nina está tão doida para andar no rio congelado quanto eu!

:)

* Se alguém do Brasil estiver curioso pra saber o que eu vesti, lá vai:

– sous-vêtement que eu comprei no Brasil antes de vir pra cá (da marca Quechua, comprado na Decathlon, se alguém estiver vindo pra cá no inverno e interessado – confesso ainda não ter achado outro tão bom e barato por aqui, o que parece loucura e que pode provavelmente ser explicado pelo fato de eu ainda não ter procurado com afinco)

– jeans skinny

– meia de esqui de cano alto, por cima do jeans (acho fofo e uso sempre assim com skinny ou legging, já que fica muito mais fácil tirar o meião quente quando eu chego no trabalho)

– camiseta

– jaqueta de fleece

– o mesmo casaco curto (altura do quadril) e não tão possante de ontem (meu conceito de casaco possante é o que me permite sair só de camiseta em dias com temperatura de -20C)

– luvas duplas (normalmente prefiro mitaines, mas como queria fotografar e continuar com os deditos quentinhos, optei por uma que eu devo ter comprado na decathlon também, de fleece por fora e um forro fininho por dentro)

– gorro

– fone de ouvido fazendo as vezes de cache oreille

– bota (não a de neve pq não está nevando)

Senti desconforto no rosto em horas de muito vento, mas fora isso andamos eu e Nina por quase 2 horas sem pressa e sem entrar em lugar aquecido, numa boa.

 

Ice cream cold nights…

Hey peeps! A primeira nevinha do ano chegou, troquei (ou melhor, paguei para trocarem) os pneus do carro pela primeira vez e passei horas na Canadian Tire olhando opções de fluido para o limpador de para-brisa, descongelante e outros cacarecos pra limpar a neve… saí de lá mais confusa do que cheguei (comprei o fluido a contra-gosto, só por que eu sinto que o que está no carro, colocado quando fui fazer a primeira revisão em julho, já está quase no fim, mas saí torcendo o nariz para o galão de uma substância toxica e  inflamável).

Agora tenho que pesquisar melhor os produtos e tomar a decisão do que comprar… Saint-Pierre vai dar uma pausa na neve por uns dias, mas nada muda o fato de que o inverno está chegando e de que eu tenho a entrada da casa, garagem e parte da área comum externa pra limpar. E se alguém está se perguntando da razão pela qual eu me mudei para um lugar onde eu tenho que me preocupar com esse tipo de coisa, digo que eu sou daquelas que precisa da experiência… eventualmente quero comprar uma casa, e morar onde eu moro hoje (casarão antigo, dividido em quatro apartamentos pelo atual proprietário – a fundação, de pedra, é de 1800 e meu bisavô neném) me dá a oportunidade de viver num imóvel com certas características que eu sempre sonhei* em comprar e de quebrar certos paradigmas que um imigrante normalmente tem com o que desconhece.

Apesar das preocupações adicionais desse ano, a primeira neve sempre me deixa animada! Será que um dia eu vou deixar de soltar um ‘Oh, está nevando!’ ao ver a primeira neve da saison?  E de ficar planejando quais atividades de  inverno fazer?  E de sentir necessidade de ouvir (e ver o videoclipe) ‘Les peaux des lièvres’ do Tricot Machine?

:)

* Alguns sonham com um imóvel novinho, num bairro novinho, com casas todas iguais… eu sonho com uma casa antiga, num bairro antigo e cheio de árvores que dão sombra no verão, uma casa com personalidade, um bom esqueleto e telhado, e com o resto para eu reformar ao meu gosto, usando bastante material recuperado.